Reunião na Opas reúne ministérios da saúde, especialistas e líderes para diálogo sobre equidade étnico-racial na América Latina.
De hoje (3) até sexta-feira (5), Brasília é palco de um encontro global para debater a luta contra o racismo na área da saúde, com a presença de 28 países integrantes da Organização Pan-Americana da Saúde.
O evento tem como objetivo promover a conscientização sobre a importância de combater a discriminação racial no setor da saúde, buscando soluções conjuntas e estratégias eficazes para garantir a igualdade de acesso e tratamento para todas as pessoas. A discussão sobre o racismo e a discriminação racial é fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.
Racismo: Diálogo sobre enfrentamento e Abordagem das desigualdades étnico-raciais em saúde
Durante o ‘Encontro Regional: Abordando as desigualdades étnico-raciais em saúde’, a Estratégia e Plano de Ação sobre Etnicidade e Saúde 2019-2025 será debatida, com compartilhamento de progressos, desafios e oportunidades que promovam a equidade étnico-racial na América Latina.
A região das Américas é caracterizada pela sua diversidade étnica e multicultural, com participação de populações negras, indígenas, ciganas, entre outros grupos. No entanto, o Racismo institucional e estrutural pode produzir desigualdades na saúde, que exigem a implementação de políticas públicas amplas.
Por isso, em 2017, os estados membros da Opas aprovaram, de forma unânime, a primeira política sobre etnia e saúde, que inclui cinco linhas estratégicas para melhorar a situação de saúde dos diferentes grupos da região: Geração de evidências; Promoção de políticas de saúde interculturais; Promoção da participação social e alianças estratégicas; Reconhecimento da Medicina ancestral e tradicional e articulação com a medicina complementar; Treinamento em todos os níveis.
Dois anos depois, foi aprovada a primeira Estratégia e Plano de Ação sobre Etnicidade e Saúde, planejada para implementação entre 2019 e 2025, com indicadores específicos para medir o progresso dos países em relação à situação de saúde destas populações. Agora, é o momento de reunir os países que aprovaram as medidas, para verificar o avanço e propor novas ações.
Racismo: Atuação brasileira na luta contra a Discriminação racial em saúde
O Brasil foi escolhido para sediar a discussão pela sua atuação pioneira nas políticas públicas que contemplam a equidade no cuidado e pela sua relevância na agenda internacional de direitos humanos.
Em maio de 2023, durante a 76ª Assembleia Mundial da Saúde, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, propôs à Organização Mundial da Saúde (OMS) uma resolução sobre a Saúde dos Povos Indígenas, que foi aprovada por unanimidade por todos os estados membros.
Além disso, naquele ano, o Brasil assumiu a presidência do grupo de saúde do G20 e sediará a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas – Conferência das Partes (COP30) em Belém (PA).
Em dezembro de 23, de forma interna, o Ministério da Saúde reafirmou o seu compromisso com a igualdade ao implementar a estratégia antirracista para a saúde – medida inovadora que prevê ações afirmativas e formações que incentivem a diversidade étnico-racial entre os colaboradores de todos os níveis, o monitoramento de indicadores raciais e o direcionamento de recursos para equidade em saúde.
Racismo: Discussão sobre racismo nas Américas e a luta contra a Discriminação racial
Estes eventos são complementados por uma série de reuniões sub-regionais sobre etnia e saúde, realizadas desde o ano passado em Honduras, no Caribe e no Chile. No mês passado, o México sediou um encontro com o mesmo objetivo.
Em cada um desses eventos, também foram coletadas recomendações para o projeto de Declaração das Nações Unidas sobre a promoção, proteção e pleno respeito dos direitos humanos dos povos afrodescendentes.
Ao longo do encontro, a luta contra o Racismo foi um tema central, destacando a importância do Diálogo, da Abordagem das desigualdades étnico-raciais e da implementação de Políticas públicas amplas para promover a equidade e a justiça na saúde.
Fonte: @ Ministério da Saúde
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